Imunologia brasileira no congresso da IUIS, na China
30 de outubro de 2019
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Membros da Diretoria da SBI compuseram a delegação brasileira presente no 17o Congresso Internacional de Imunologia, realizado pela International Union of Immunological Societies entre 19 e 23 de outubro, em Beijing, na China.
O evento reuniu mais de cinco mil participantes, incluindo lideranças de comunidades de imunologistas de diversos países. Entre os speakers convidados estavam os brasileiros Cláudia Ida Brodskyn, presidente da SBI, professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pesquisadora do Laboratório de Interação Parasita-Hospedeiro e Epidemiologia (LaIPHE) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Patricia Bozza, João Santana da Silva e Ricardo Gazzinelli, também da Fiocruz; Jorge Kalil, da Universidade de São Paulo (USP); e Luis Eduardo Coelho Andrade, da Universidade Federal de Sao Paulo (Unifesp).
Presidente eleito da SBI para o biênio 2020-2021, Ricardo Gazzinelli destacou a qualidade das apresentações brasileiras no evento. "A SBI tradicionalmente se faz presente nos congressos da IUIS e, neste ano, não poderia ser diferente, apresentando as contribuições do Brasil para os avanços da imunologia globalmente", afirma. Professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, e pesquisador do Instituto René Rachou, Gazzinelli falou de suas contribuições para o desenvolvimento de vacinas contra doenças negligenciadas, mais precisamente leishmaniose, doença de Chagas e malária. "O foco tem sido a identificação de receptores cognatos inatos e os componentes do parasita que ativam esses receptores, para definir seu papel na ativação de células imunes inatas e na patogênese de infecções por parasitas protozoários", conta. Ao longo dos anos, o pesquisador também contribuiu para a compreensão do papel dos linfócitos T CD8 + na resistência do hospedeiro a infecções por protozoários. Nos últimos 14 anos, como diretor do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Vacinas, ele também coordenou estudos translacionais para desenvolver vacinas para leishmaniose visceral, doença de Chagas e malária.
De acordo com Gazzinelli, "a SBI seguirá estimulando a participação dos imunologistas brasileiros na comunidade científica internacional e a interlocução entre pesquisadores do Brasil e do mundo, por meio de eventos, parcerias, intercâmbios e novas iniciativas".
Entre prêmios Nobel
Um dos destaques da programação foi a palestra do cientista japonês Tasuku Honjo, da Universidade de Kyoto, ganhador do Nobel de Medicina de 2018 pela descoberta do receptor PD-1, proteína que serve como inibidora do ponto de verificação imunológico. Suas descobertas contribuíram significativamente para o estabelecimento da imunoterapia contra o câncer.
Em sua fala, Honjo expressou seu otimismo com a aplicação da imunoterapia contra o câncer, revolucionária por várias razões. "Diferente dos tratamentos anteriores, incluindo a quimioterapia, as imunoterapias podem prolongar a sobrevida global reconhecendo a diferença entre células normais e cancerígenas, de modo a atingir especificamente o tumor sem causar danos ao organismo, tudo isso com menos toxicidade. O tratamento pode, teoricamente, ser aplicável a todos os tipos de câncer", destacou.
O biólogo francês Jules Hoffmann, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Estrasburgo, foi mais um Nobel presente. Tendo dedicado grande parte de seu trabalho ao estudo dos mecanismos celulares, genéticos e moleculares responsáveis ​​pela imunidade inata em insetos, Hoffmann foi agraciado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina em 2011 por desvendar como a primeira linha de defesa do corpo, a defesa inata, detecta os "invasores". Para impedir a ação deles, uma das armas utilizadas são as inflamações.
Saiba mais sobre o evento e sua programação em 2019 no site oficial: iuis2019.org.

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