Vacina nasal contra a Covid-19, em desenvolvimento no Brasil, tem previsão de iniciar testes clínicos em humanos no segundo semestre deste ano
11 de março de 2021
COMPARTILHAR Facebook Twiter Google Plus

Uma vacina nasal brasileira contra o Sars-CoV-2 entrará em fase de testes clínicos em humanos no segundo semestre deste ano. Os estudos sobre a vacina, que poderá ter total produção nacional, estão em fase de desenvolvimento, sob a coordenação dos grupos de pesquisa liderados pelos imunologistas Jorge Kalil (FMUSP/Incor) e Ricardo Gazzinelli (UFMG-Fiocruz).

Os cientistas trabalham em duas frentes:

- O grupo de pesquisa liderado pelo imunologista Kalil está desenvolvendo uma vacina baseada na definição de alvos moleculares para desencadear uma resposta imune humoral e celular equilibrada. O desenvolvimento da vacina utiliza nanopartículas contendo epítopos T e o domínio de ligação ao receptor (RBD) da proteína Spike, uma das que compõem o Sars-CoV-2. Epítopos são a menor parte do antígeno capaz de gerar alguma resposta imune. O domínio RBD constitui o alvo mais promissor para a eficácia da produção de vacinas.

- Já a pesquisa liderada por Gazzinelli propõe o desenvolvimento de uma vacina bivalente, baseada na plataforma da genética reversa do vírus influenza, ou seja, o gene essencial para saída do vírus da célula hospedeira é substituído por um gene que codifica um segmento para proteína spike do Sars-CoV-2. Esse vírus não-replicante gerado em laboratório age infectando as células da mucosa nasal, expressa as proteínas do próprio influenza e a proteína spike, mas não sai da célula. Dessa forma, o vírus induz a resposta imune e não causa a doença.

As formulações desenvolvidas pelos dois grupos tiveram testes iniciais promissores em animais de laboratório, fase já concluída. A expectativa é que o escalonamento da produção e os resultados de segurança nos testes pré-clínicos estejam concluídos até o final do primeiro semestre ou início do segundo, para os pesquisadores iniciarem os testes clínicos das últimas fases.

Saiba mais no site do CNPq: clique aqui.

 

Usuário
PUBLICADO POR
SBI Comunicação
CATEGORIA DO COLABORADOR
ver todos os artigos desse colunista >
OUTRAS NOTÍCIAS
Linfócitos T CD4+: até que ponto eles nos auxiliam a controlar a doença de Chagas?
SBI Comunicação
17 de abril de 2024
Aspectos recentes da Doença de Chagas e da patogenia e alvos terapêuticos da cardiopatia chagásica crônica
SBI Comunicação
15 de abril de 2024
Como o estresse pode desregular os neutrófilos e agravar o câncer?
SBI Comunicação
25 de março de 2024