Desde o início da pandemia de COVID-19, em março de 2020, a comunidade científica brasileira tem se movimentado para sequenciar o genoma viral, desenvolver métodos de diagnóstico, elaborar estratégias profiláticas e alternativas terapêuticas a fim de combater a nova doença. Na sua grande maioria, o trabalho realizado por cientistas não pode ser feito de forma remota. Porém, uma informação pouco divulgada é que são os alunos de pós-graduação e pós-doutores os responsáveis por grande parte das atividades nos laboratórios de pesquisa. Eles são, literalmente, a mão-de-obra da ciência brasileira.
Por isso, mesmo com as orientações de isolamento social e lockdown, estes jovens pesquisadores têm saído de suas casas diariamente para desempenhar uma atividade essencial para nossa sociedade no momento. O trabalho é exaustivo e não se limita a “horários comerciais”: frequentemente, é necessário que trabalhem por mais de 12 horas em um só dia, mesmo nos finais de semana. Além do risco inerente de saírem de suas casas e muitas vezes terem que fazer uso do transporte público, frequentemente “lotado”, eles encaram o vírus de frente. Durante a pandemia, o trabalho dos pesquisadores e destes alunos de pós-graduação envolve rotineiramente o isolamento e cultivo do SARS-CoV2, contato com amostras de pacientes com COVID-19 e infecção de animais de laboratório, tudo realizado em laboratórios de alta segurança.
Até o dia 15 de março, 10 milhões de pessoas foram vacinadas no Brasil. Muito tem se falado, merecidamente, dos profissionais da saúde que estão na linha de frente no combate à COVID-19. Com o início da vacinação no Brasil, eles foram incluídos como prioridade por motivos óbvios. Contudo, os cientistas, que colocam suas vidas e de seus familiares em risco diariamente, estão sendo totalmente negligenciados. É surpreendente que este grupo de profissionais altamente qualificados e engajados em atividades de alto risco não tenha sido enquadrado dentro das prioridades como profissionais da saúde. Por isso, torna-se urgente que venhamos a público para que essas pessoas sejam notadas, reconhecidas e vacinadas.
A Sociedade Brasileira de Imunologia é totalmente solidária com os pesquisadores, alunos de pós-graduação, pós-doutores e técnicos de laboratórios que atuam diretamente em COVID-19, a quem o direito de vacinação tem sido negado. Com certeza se os cientistas brasileiros alcançarem um novo método de diagnóstico, uma vacina ou um tratamento alternativo para COVID-19, podemos afirmar com grande chance de acerto, que terá sido graças ao esforço destes jovens pesquisadores, que têm se arriscado diariamente frente ao vírus, mesmo sem qualquer vacina.
19 de março de 2021
Júlia T. Castro, Doutoranda, associada SBI, e
Diretoria da Sociedade Brasileira de Imunologia
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