Marcos Barros Luiz; Soraya dos Santos Pereira; Naan Rodrigues Gonçalves; Juliana Pavan Zuliani; Andreimar Martins Soares; Rodrigo Guerino Stabeli; Carla Freire Celedonio Fernandes.
Apesar dos avanços tecnológicos relacionados a produção e ao controle de qualidade dos antivenenos, a soroterapia antiofídica enfrenta problemas relacionados com a eficiência de neutralização de toxinas em tecidos profundos, reações de hipersensibilidade e o elevado custo de produção. Entre as ferramentas de vanguarda para superar esses desafios, estão os nanocorpos de camelídeos. Os nanocorpos ou VHH são domínios monoméricos de reconhecimento antigênico, identificados em anticorpos funcionais constituídos apenas por cadeias pesadas, produzidos por lhamas, alpacas, camelos, dromedários, vicunhas e guanacos (Figura 1). Com cerca de 14 kDa, são capazes de reconhecer e neutralizar toxinas animais. O pequeno tamanho e alta similaridade com anticorpos humanos contribuem para a baixa imunogenicidade do insumo. Nanocorpos são estáveis a variações de temperatura e podem ser produzidos em diferentes formatos, seja por meio de sistema de expressão procarioto ou eucarioto. Utilizando a tecnologia Phage Display, o presente trabalho selecionou nanocorpos capazes de reconhecer e neutralizar a crotoxina, toxina majoritária do veneno da serpente Crotalus durissus terrificus, constituída por uma fosfolipase A2 (CB) e uma subunidade sem atividade tóxica (CA). Além da especificidade a venenos e toxinas do gênero Crotalus, os nanocorpos apresentaram afinidade em escala nano ou micromolar e termoestabilidade. Ensaios in silico indicaram que o clone KF498604 interage com a interface CA-CB da crotoxina, parecendo bloquear o acesso ao substrato. Os VHHs selecionados podem ser alternativas para a construção de produtos úteis ao diagnóstico ou tratamento do envenenamento crotálico.
Referencia:
LUIZ, M. B. et al. Camelid Single-Domain Antibodies (VHHs) against Crotoxin: A Basis for Developing Modular Building Blocks for the Enhancement of Treatment or Diagnosis of Crotalic Envenoming. Toxins, v.10, n. 4, p.142- 2018.
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