Com base em análises dos anais dos congressos da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI), pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) traçaram um panorama dos estudos em ensino de imunologia no Brasil. Os resultados foram publicados no periódico científico chileno Perspectivas de la Comunicación, da Universidad de la Frontera.
O objetivo do estudo foi caracterizar as pesquisas sobre metodologias de ensino de ciências desenvolvidas por imunologistas e apresentadas nas reuniões da SBI de 2010 a 2017. As análises apontam para uma aumento do número de resumos da educação em imunologia em todos os níveis da educação brasileira, predominantemente no ensino superior, e com diversas metodologias de ensino. “Os dados contribuem para a compreensão do perfil de ensino nessa área, apontando suas fragilidades e ações assertivas”, diz Daniel Manzoni de Almeida, do Grupo de Estudos e Pesquisa em Ensino & Ciências da Escola de Ciências da Saúde da FMU, coordenador da iniciativa e coautor do artigo.
Foram analisados 36 resumos publicados nos congressos, inscritos na categoria “Teaching in Immunology” no ano de 2010 e na categoria “Education in Immunology” nos anos seguintes. O material foi classificado por nível de ensino abordado na pesquisa, tipo de metodologia de coleta de dados e foco temático, principal e secundário. Entre as problemáticas apontadas pelo estudo está a baixa prevalência de focos temáticos relacionados a história da ciência e formação de professores. “Esses temas são intimamente ligados à forma como construímos o pensamento científico e é preciso estimulá-lo nos alunos”, defende Manzoni de Almeida.
Além do pesquisador, assinam o artigo "Tendencias de la investigacíon sobre la enseñanza de inmunología en Brasil: un análisis de contenido de los resúmenes del congreso de la Sociedad Brasileña de Inmunología de 2010 a 2017" Caio Cotta Natale, do Laboratório de Gnotobiologia e Imunologia do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG; Marsílvio Gonçalves Pereira, do Departamento de Metodologia da Educação - Ensino de Biologia do Centro de Educação da UFPB; e Paula Seixas Melo, do Laboratório de Gnotobiologia e Imunologia do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG.
O texto está disponível na íntegra no site da revista Perspectivas de la Comunicación.
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