As primeiras informações sobre o novo coronavírus começaram a surgir ainda no final de 2019. Hoje, poucos meses depois, já são mais de 1.9 milhão de casos confirmados no mundo e mais de 126 mil mortes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (dados coletados em 15 de abril). No Brasil, o enfrentamento à Covid-19 começou em fevereiro, com a repatriação dos brasileiros que viviam em Wuhan, cidade chinesa epicentro da infecção. E ainda no dia 26 do mesmo mês, o país teria a confirmação do primeiro caso importado do novo coronavírus: um homem, de 61 anos e com o histórico de viagem para a Itália.
Desde o aparecimento do vírus, cientistas de todo o mundo correm contra o tempo em busca de respostas para compreender a origem e a transmissão da doença, formas de diagnóstico clínico, o genoma do novo coronavírus, tratamentos e desenvolvimento de vacinas. E no Brasil não foi diferente, mesmo em um cenário de incertezas quanto ao financiamento de bolsas, cientistas das mais diversas áreas do conhecimento estão focando os seus esforços para a pandemia. Ajustes no quadro de colaboradores, mudança de projetos de pesquisa, busca por novos equipamentos e suporte de instituições, e muitas outras ações têm acontecido nos últimos meses dos pesquisadores brasileiros.
A Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) promoveu a iniciativa de mapear e divulgar todos os grupos brasileiros de imunologia que estão neste momento dedicados a encontrar soluções de saúde à Covid-19.
Conheça o trabalho de alguns grupos de pesquisa
Centro de Tecnologia de Vacinas da Fiocruz-Minas/UFMG (CT Vacinas)
- Grupo com foco em: Desenvolvimento de Teste Molecular (Ácido Nucleicos)
Com foco no desenvolvimento de teste molecular, o grupo é liderado pela pesquisadora e professora do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Santuza Ribeiro Teixeira. O grupo já contava com um recurso financeiro destinado a outras linhas de pesquisa para doenças infecciosas. Recentemente, foi procurado pela FAPEMIG e pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais com verbas específicas para o diagnóstico de Covid-19.
A pesquisadora conta que o grupo possui uma associação muito forte com a Fiocruz-Minas e com outros grupos da UFMG. Todos os pesquisadores ou são professores ou alunos dessas instituições. Além disso, o pesquisador Ricardo Gazzinelli é professor também da Universidade de Massachusetts, nos EUA. A pesquisadora reforça a importância de colaboração entre os grupos de pesquisa de outros estados brasileiros e do exterior.
“Uma de nossas pesquisas, já em andamento, é referente a um protocolo que adaptamos para o processamento de amostras de pacientes com suspeita de Covid-19. Estamos testando em nosso laboratório amostras dos colaboradores de hospitais. Com esses resultados, futuramente, podemos montar um banco de amostras de genoma viral, por exemplo. Dessa forma, podemos mapear os vírus e as suas variantes que estão circulando em Minas Gerais", explica a pesquisadora. Além deste projeto, o grupo prevê trabalhar com a linha de diagnóstico sorológico, desenvolvendo um teste totalmente fabricado no Brasil
- Grupo com foco em: Mapeamento de Epítopos e Proteínas Recombinantes Cov-2
O grupo liderado pelo pesquisador e coordenador do curso de pós-graduação em Microbiologia da UFMG, Flávio da Fonseca, mantém o foco da pesquisa no mapeamento de epítopos e Proteínas Recombinantes Cov-2. A pesquisa, que está na fase inicial, já está obtendo os primeiros resultados através de uma colaboração com professor Edson Durigon, de São Paulo.
“O professor nos enviou a síntese do DNA, relativo às proteínas da superfície do vírus da proteína Spike. Nós já inserimos na plataforma ELISA e começamos a testar com soro de pacientes positivos para Covid-19. Os primeiros resultados estão misturados, pois ainda estamos montando e otimizando a plataforma. Tivemos alguns resultados positivos com IgM, por exemplo, mas não tão bons ainda com o IgG. O que é natural no início de desenvolvimento de um teste Elisa”, conta o pesquisador. O grupo também desenhou algumas sequências codificadoras de proteínas diversas, que foram sintetizados e estão vindo dos Estados Unidos para o Brasil.
O grupo já recebeu confirmações de que os recursos para a pesquisa serão aportados através da FAPEMIG e do MCTIC, através da RedeVírus, mas ainda não recebeu efetivamente os recursos. Por enquanto, todo o financiamento é promovido por projetos anteriores do grupo.
“Contamos com pesquisadores de instituições de outras áreas, por exemplo, da Fiocruz-Minas e de outras unidades e cientistas em São Paulo, como o Edson Durigon. Também temos a colaboração de pesquisadores das Ciências Físicas, que tem ajudado a montar os testes sorológicos alternativos”, explica Fonseca.
A equipe conta com seis pesquisadores seniores, são eles: Flávio Fonseca, Santuza Teixeira, Ana Paula, Ricardo Gazzinelli, Pedro Alves (Fiocruz) e Alexandre Machado (Fiocruz). Também compõem a equipe, cerca de quinze estudantes de pós-graduação e pesquisadores pós-graduados. “Essa equipe não foi atingida pelo corte bolsas, porque as bolsas que estavam em andamento não foram afetadas. Mas, os cortes irão atingir a nossa capacidade futura de ofertar bolsas. Não somos diferentes do restante do país, há muito tempo que já estamos sofrendo com a falta de financiamento”, afirma o pesquisador.
O pesquisador relata que o grupo precisa de colaboração em rede, como a obtida com professor de São Paulo. “Na UFMG nós não contamos com NB3 funcional. Então não podemos fazer nenhum experimento que envolve vírus replicativo. Nós estamos em contato com outros colegas, cuja as instituições, por exemplo, tem NB3 para que possamos trabalhar com eles”.
- Grupo com foco em: Desenvolvimento de Vacina Cov-2 - Plataforma Genética Reversa Influenza
Com o foco no desenvolvimento de uma vacina contra a SARS-CoV-2, baseada em uma plataforma de vírus influenza recombinantes, este grupo é liderado pelos pesquisadores Ricardo Gazzinelli, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas/MCT e presidente da SBI, e Alexandre Machado, do Centro de Pesquisas René Rachou e presidente da Comissão Interna de Biossegurança (CIBio).
O grupo já dispõe de um vírus influenza recombinante defectivo para a multiplicação e capaz de induzir proteção contra gripe em dose única. Atualmente, o grupo está construindo vírus influenza recombinantes carreando porções antigênicas da proteína spike do SARS-CoV-2. Este grupo de pesquisa já possui uma sólida experiência de mais de uma década na utilização do vírus influenza como plataforma para o desenvolvimento de vacinas contra outras doenças. Destaque para o desenvolvimento de um vírus influenza recombinante, desenvolvido em parceria com a pesquisadora Eliane Miyaji, do Instituto Butantan, o qual foi utilizado com sucesso como parte de um protocolo de vacinação capaz de proteger simultaneamente contra a infecção pelo Streptococcus pneumoniae e a influenza em modelo murino.
A pesquisa já conseguiu financiamento através do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas (CNPq/FAPEMIG), do qual os pesquisadores fazem parte. Além disso, recentemente, o grupo recebeu recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) para a execução deste projeto, como parte da ação do Governo Federal para o enfrentamento da pandemia de Covid-19.
O projeto está estabelecido na FIOCRUZ-MINAS e no CT-Vacinas (FIOCRUZ/UFMG), compondo a equipe: dois pesquisadores, quatro pós-doutorandos e três alunos de pós-graduação. Mas, o grupo também conta com a importante colaboração de parceiros como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Instituto Butantan, Instituto do Coração, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e Universidade de São Paulo.
“Somos todos combatentes lutando em diferentes fronts contra um inimigo em comum. Cada pesquisador, agência de fomento ou financiador da iniciativa privada interessado em colaborar e contribuir para o desenvolvimento desta proposta, será de grande ajuda no esforço para mitigarmos os danos causados pela pandemia do SARS-CoV-2. Sobretudo, futuramente precisaremos de apoio para a realização dos ensaios clínicos em humanos, os quais são muito caros e para os quais não dispomos de recursos. Sem esses ensaios, não poderemos fazer com que a vacina que estamos desenvolvendo chegue aos postos de saúde do SUS”, explica o pesquisador Alexandre Machado.
Os trabalhos do grupo já resultaram em artigos científicos: 1) Protective immunity and safety of a genetically modified influenza virus vaccine. Barbosa et al., PLoS One. 2014 Jun 13;9(6). 2) Vaccination using recombinants influenza and adenoviruses encoding amastigote surface protein-2 are highly effective on protection against Trypanosoma cruzi infection. Barbosa et al., PLoS One. 2013 Apr 24;8(4) 3) Prime and boost immunization with influenza and adenovirus encoding the Toxoplasma gondii surface antigen 2 (SAG2) induces strong protective immunity. Machado AV, Caetano BC, Barbosa RP, Salgado AP, Rabelo RH, Garcia CC, Bruna-Romero O, Escriou N, Gazzinelli RT. Vaccine. 2010 Apr 19;28(18):3247-56.
Além disso, os vírus recombinantes desenvolvidos pela equipe têm resultado em pedidos de patente, entre as quais: “Construção de ácido nucleico, vírus influenza recombinante, método para preparar um vírus influenza recombinante, composição e uso”. Já se encontra em fase final de depósito na FIOCRUZ e outros dois pedidos de patente estão em processo de submissão. Os estudos já resultaram na concessão de cinco pedidos de patentes no exterior.
- Grupo com foco em: Análise de Rede - Pandemia Covid-19
Este grupo trabalha com a Construção e Análise de Rede de Interação Gênicas na Covid-19. O laboratório (RNA Systems Biology Laboratory) é liderado pela pesquisadora e professora da UFMG, Ludmila Rodrigues P. Ferreira Camargo. A pesquisadora conta que já trabalha há anos com biologia de sistemas, para identificar e construir redes gênicas envolvidas com diversas doenças. Contudo, devido a situação atual, a pesquisadora tem realizado análises para entender o papel da cloroquina e outras drogas na replicação viral e fisiopatologia da SARS. Assim é possível identificar quais moléculas têm potencial interação com a droga. Essa análise pode ajudar no processo de reposicionamento de drogas para o tratamento da infecção com SARS-CoV-2.
“Todo o trabalho é feito através de predições computacionais. A pesquisa é feita para que novas hipóteses sejam geradas e que possam a ajudar a comunidade científica na identificação de alvos terapêuticos. No meu caso, quero mostrar, que através da construção de redes gênicas conseguimos avaliar e predizer o papel da droga Cloroquina entre outras, e quais moléculas estão diretamente ou indiretamente relacionadas com a replicação viral”, afirma.
Segundo a pesquisadora, o laboratório conta com a colaboração do pesquisador Edecio Cunha Neto, do INCOR, para a utilização do software Ingenuity Pathway Analysis, pois a licença para uso custa R$ 60 mil por ano.
Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM)/ Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC)
Grupo com foco em: Fármacos antivirais
Liderado pelo pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Rafael Elias Marques, este grupo tem o foco da pesquisa em fármacos antivirais. A busca por moléculas ativas contra o coronavírus entre medicamentos que já estão no mercado é um dos principais esforços do CNPEM, no âmbito da Rede Vírus MCTIC – iniciativa promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Através de ferramentas avançadas de biologia computacional e inteligência artificial, os pesquisadores do CNPEM, organização social vinculada ao MCTIC, avaliaram cerca de dois mil fármacos já aprovados, conhecidos e comercializados. As análises indicam se essas substâncias são capazes de se ligar ao vírus, em lugares específicos, capazes de bloquear a replicação viral.
“Diante do cenário de pandemia, a busca por moléculas em medicamentos já autorizados é estratégica. Ao olharmos para substâncias já avaliadas como seguras, podemos chegar aos testes clínicos, com pacientes humanos, em um intervalo de tempo reduzido, se comparado ao processo normal de descoberta de fármacos”, explica o pesquisador.
Dentre os dois mil medicamentos testados por pesquisadores do CNPEM contra o Covid-19, cinco foram considerados promissores, com base em métodos de biologia computacional. Posteriormente somou-se aos cinco fármacos selecionados previamente uma sexta substância, escolhida por técnicas de quimioinformática e inteligência artificial. Essa pré-seleção reúne drogas como analgésicos, anti-hipertensivos, antibióticos, diuréticos e outros, que seguiram para testes com células infectadas com o vírus.
Fonte: CNPEM
Departamento de Biologia Celular Molecular e Bioagentes Patogênicos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP
Grupo com foco em: Avaliação de material clínico de pacientes Covid-19 e screening de drogas para inibir SARS-CoV-2 em células
O grupo liderado pelo professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FMRP/USP) e secretário geral da SBI, Dario Simões Zamboni, dedica a sua pesquisa na avaliação de material clínico de pacientes COVID-19 e screening de drogas para inibir SARS-CoV-2 em células. O grupo ainda não conta com financiamento específico para este projeto.
“Estamos trabalhando nos experimentos e ainda não temos resultados preliminares. A pesquisa conta com vários docentes da FMRP/USP e também estamos colaborando com diversos grupos”, afirma Zamboni.
A equipe conta com quatro pós-docs, três mestrandos e quatro doutorandos. “Tivemos um problema com corte de bolsa. Um pós-doutor não conseguiu implementar uma bolsa de PNPD/CAPES, ele havia sido selecionado pelo Programa de Pós-Graduação, mas o sistema da CAPES está fechado para novas bolsas”, comenta o pesquisador.
Imunologia Molecular / Universidade de Brasília
Grupo com foco em: Produção de antígenos recombinantes e seleção de anticorpos neutralizantes por phage display.
O grupo liderado pelo pesquisador e professor da Universidade de Brasília (UnB), Marcelo de Macedo Brigido, tem o foco da pesquisa na produção de antígenos recombinantes e seleção de anticorpos neutralizantes.
A pesquisa, que está na fase inicial, conta com um financiamento emergencial da UnB. “Estamos desenhando o peptídeo. Já conseguimos desenhar alguns peptídeos possíveis miméticos de epítopo neutralizante. Vamos começar, em breve, a seleção dos anticorpos neutralizantes. O projeto apareceu de forma emergencial, e estamos ajustando a abordagem para trabalhar com o SARS-CoV-2”, comenta o pesquisador.
O pesquisador relata que, atualmente, o projeto conta com cinco colaboradores, mas o grupo será expandindo quando conseguir aporte de recursos.”Em breve, também vamos precisar de colaboração para testar esses anticorpos em ensaios pré-clínicos”, afirma.
Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor) e Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP)
Grupo com foco em: vacina utilizando VLP
Pesquisadores do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) estão desenvolvendo uma vacina contra o novo coronavírus, o Sars-CoV-2. O grupo, liderado pelo pesquisador Jorge Kalil, pesquisa uma vacina fundamentada no uso de partículas semelhantes a vírus: as VLPs (Virus Like Particles).
As VLPs possuem características semelhantes às de um vírus e, por isso, são facilmente reconhecidas pelas células do sistema imune. Porém, não têm material genético do agente infeccioso, o que impossibilita a replicação. Por isso, são seguras para o desenvolvimento de vacinas. “Nós queremos induzir anticorpos que bloqueiem a interação entre o vírus e o receptor das células humanas para inativá-lo. Já estamos com as VLPs sintetizadas. E nós estamos sintetizando os peptídeos, os fragmentos derivados do vírus. Estamos fazendo acoplamento para iniciarmos os ensaios em animais”, comenta o pesquisador. O grupo já tem aprovado um financiamento com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), através da Finep.
“Estamos trabalhando em colaboração, apesar de ser um projeto diferente, com o grupo do pesquisador Ricardo Gazzinelli, da UFMG. Eles estão com uma outra linha de produção de vacinas, mas estamos colaborando em vários aspectos. Também temos colaboração com o Instituto de Ciências Biomédicas da USP, tanto na área imunologia como na de virologia; e com o Departamento de Imunologia da UNIFESP”, afirma o pesquisador. Além disso, o grupo também está discutindo colaborações com pesquisadores da Colômbia e de Nova Iorque (EUA).
O pesquisador ressalta a importância da atuação dos grupos de pesquisa neste momento. “É muito importante termos grupos de pesquisa fortes e atuando no Brasil para responder rapidamente a um desafio como este. Nós tivemos a sorte de incorporar, recentemente, um jovem pesquisador que chegou com bolsa da FAPESP, que é especialista nas VLPs, que é o Gustavo Cabral Miranda e que está liderando este projeto comigo”.
Laboratório de Histocompatibilidade e Criopreservação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Grupo com foco em: Perfil clínico epidemiológico e laboratorial da pandemia de Covid-19 dos pacientes atendidos na UERJ
O Laboratório de Histocompatibilidade e Criopreservação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) está com uma pesquisa em fase inicial com foco no perfil clínico epidemiológico e laboratorial da pandemia de COVID-19 dos pacientes atendidos na UERJ. O objetivo da pesquisa é avaliar o perfil das células monocíticas, de linfócitos T, B, NK , em pacientes portadores de Covid-19.
O grupo liderado pelo professor e coordenador do laboratório, Luís Cristóvão de Moraes Sobrino Pôrto, já iniciou a criação de um biorrepositório de material biológico humano (soro, plasma, DNA e RNA viral) provenientes dos pacientes portadores de Covid-19 atendidos na Policlínica Piquet Carneiro e que foram diagnósticos pela equipe do laboratório. “Nossa próxima meta está sendo a implementação de análise por citometria de fluxo de células imunológicas (Linfócitos T CD4 e T CD8, Linfócitos B, NK e Monócitos)”, explica o cientista.
Centro de Desenvolvimento de Fármacos - Laboratório de Imunofarmacologia - ICB - UFMG & INCT em Dengue e Interação Microrganismo Hospedeiro
Grupo com foco em: Papel de mediadores inflamatórios pró-resolutivos em modelo murino de SARS induzido por Coronavírus
O grupo liderado pelo pesquisador Mauro Martins Teixeira, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB-UFMG, tem o foco da pesquisa no papel de mediadores inflamatórios pró-resolutivos em modelo murino de SARS induzido por coronavírus. Este é um projeto maior que conta com vários sub-projetos, como a “AVALIAÇÃO DO PAPEL DA ANGIOTENSINA-(1-7) E DO SEU RECEPTOR MAS EM UM MODELO MURINO DE SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SARS) INDUZIDO POR CORONAVÍRUS”, o qual será conduzido sob a supervisão da professora Lirlândia Pires de Sousa, do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas - Faculdade de Farmácia. Este sub-projeto será conduzido pelo pós-doutorando e virologista Leonardo Camilo de Oliveira.
O grupo ainda não inciou o plano de trabalho proposto no projeto, mas irá trabalhar inicialmente com uma amostra de betacoronavírus murino (MHV- A59) passível de ser modelada em camundongos e trabalho em área de contingenciamento NB2, cujo pedido de importação da ATCC já está tramitando via Fundep. “Por enquanto, estamos participando da força tarefa da UFMG no auxílio ao diagnóstico de pacientes com COVID-19, através do INCT em Dengue e Interação Microrganismo Hospedeiro, e também do LinBio da Faculdade de Farmácia, que começará a realizar os testes de RT-PCR para o detecção viral assim que chegarem os insumos”, explica a supervisora do projeto com Angiotensina-(1-7) e SARS. A pesquisadora conta que, inicialmente, foi solicitada uma bolsa de PDJ junto ao CNPq, no edital de março/2020. No momento, o grupo está em fase de preparação de um projeto maior em conjunto com outros pesquisadores do INCT em Dengue e Interação Microrganismo Hospedeiro, para solicitação de financiamento junto às agências de fomento.
O projeto de avaliação do “Papel de mediadores inflamatórios pró-resolutivos em modelo murino de SARS induzido por Coronavírus” conta com a colaboração de diversos professores e pesquisadores do INCT em Dengue e Interação Microrganismo Hospedeiro, dentre eles os professores Mauro Martins Teixeira, coordenador do referido INCT, e Danielle da Glória de Souza. O professor Robson Santos, do ICB-UFMG é colaborador no sub-projeto com Angiotensina-(1-7). Além destes pesquisadores e da coordenação, o projeto terá inicialmente dois alunos, sendo um pesquisador de pós-doutorado e outro de doutorado.
No momento o grupo de pesquisa, em “Sinalização na Inflamação”, coordenado pela professora Lirlândia P. Sousa, não conta com nenhum financiamento direto. “Embora, tenhamos projeto aprovado pela FAPEMIG, pelo Edital Universal de 2018, este não tem previsão da liberação dos recursos. Desta forma, o único recurso disponível que posso contar no momento são os valores mensais da minha taxa de bancada como bolsista do CNPq e conto com a colaboração valiosa do INCT em Dengue e Interação Microrganismo Hospedeiro, que felizmente terá aporte financeiro”, comenta a pesquisadora.
Laboratórios da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) de Nanobiotecnologia/IBTEC, de Laboratório de Bioinformática e Análises Moleculares/IBTEC e Laboratório de Imunoparasitologia/ICBIM - Financiamento do HC-UFU/SUS/EBSERH
Grupo com foco em: Avaliação de plataformas diagnósticas aplicadas ao SARS-CoV-2 (Covid-19)
O grupo liderado pelos pesquisadores José Roberto Mineo (Laboratório de Imunoparasitologia-ICBIM-UFU); Luiz Ricardo Goulart Filho (Laboratório de Nanobiotecnologia-IBTEC-UFU) e Matheus de Souza Gomes (Laboratório de Bioinformática e Análises Moleculares-IBTEC-Patos de Minas-UFU), tem o foco da pesquisa na avaliação de plataformas diagnósticas aplicadas ao SARS-CoV-2.
O pesquisador José Roberto Mineo relata que o projeto encontra-se em fase inicial de execução, pois existem insumos que as empresas ainda não estão em condições de entregar, devido à alta demanda “Como o principal objetivo é investigar comparativamente plataformas diagnósticas aplicadas à infecção pelo SARS-CoV-2 (Covid-19), torna-se necessário a obtenção simultaneamente de amostras biológicas dos pacientes que serão submetidos aos imunoensaios e ao RT-qPCR”, afirma. Em síntese, o projeto visa comparar a sensibilidade e a especificidade de novos imunoensaios que possam determinar a cinética dos anticorpos de pacientes infectados por SARS-Cov-2, utilizando como paradigma de comparação a técnica RT-qPCR, que é universalmente reconhecida como técnica padrão-ouro para o estabelecimento da etiologia por este coronavírus.
O projeto conta com financiamento da Prefeitura Municipal de Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia, Hospital de Clínicas da UFU/EBSERH e Secretaria de Ensino Superior do MEC.
Os pesquisadores que compõem a equipe executora são: Marcelo José Barbosa da Silva (Laboratório de Osteoimunologia e Imunologia dos Tumores - ICBIM-UFU); Murilo Vieira da Silva (Rede de Biotérios-PROPP-UFU); Taisa Carrijo de Oliveira Camargos (Rede de Biotérios-PROPP-UFU) e Luciana Machado Bastos (Laboratório de Nanobiotecnologia-IBTEC-UFU). Além desta equipe, o projeto conta outros pesquisadores que estão fora do país, atuando como professores visitantes e que têm vínculos com a UFU: Tiago Wilson Patriarca Mineo (Department of Microbiology, Immunology & Molecular Genetics, Molecular Biology Institute, School of Medicine, University of California at Los Angeles) e Robinson Sabino Silva (Universidade de Saskatchewan, Saskatoon, Canada), além do pesquisador Walter Siqueira, professor and associate dean of College of Dentistry, Saskatoon, Universidade de Saskatchewan (Canadá).
Segundo Mineo, embora estejam disponíveis ensaios moleculares de significativa sensibilidade - como o RT-qPCR para detectar diretamente o RNA viral do SARS-CoV-2 para o diagnóstico de infecção aguda - atualmente, não estão disponíveis imunoensaios adequados, em termos de sensibilidade e especificidade significativas, para detectar especificamente a cinética dos isótipos de imunoglobulinas contra este patógeno
“Esses imunoensaios são de suma importância para determinar a soroprevalência em uma determinada população, assim como para definir a exposição anterior e identificar doadores humanos altamente reativos para a geração de plasma proveniente de pacientes convalescentes que pode ser utilizado com finalidades terapêuticas. Em adição, a quantificação dos títulos de anticorpos para o SARS-Cov-2 por meio de uma técnica que demonstre ser altamente sensível e específica também terá relevância para a triagem dos profissionais de saúde, visando identificar aqueles que já estão imunes e podem ser considerados como aptos para retornar a cuidar de pacientes infectados, minimizando o risco de disseminação viral para colegas e outros pacientes”, explica.
Plataforma Pasteur/USP
Grupo com foco em: Anticorpos - imunopatogênese
O grupo liderado pelo pesquisador e professor do Departamento de Imunologia da Universidade de São Paulo (USP), Jean Pierre Schatzmann Peron, tem o foco da pesquisa em anticorpos e imunopatogênese. O grupo ainda está estabelecendo as culturas de células infectadas, assim como o início dos testes em camundongos. A pesquisa será submetida ao edital de financiamento da FAPESP.
“Buscaremos compreender melhorar a imunopatogênese da Covid-19 em modelo experimental, além de buscarmos anticorpos neutralizantes”, comenta o pesquisador.
Compõem a equipe de pesquisa quatro alunos de pós-graduação e o projeto também conta com pesquisadores e instituições de outras áreas.
Artigos já publicados: ACE2 Expression is Increased in the Lungs of Patients with Comorbidities Associated with Severe COVID-19 // Susceptibility of the Elderly to SARS-CoV-2 Infection: ACE-2 Overexpression, Shedding and Antibody-dependent Enhancement (ADE)
REDE UNESP COVID-19
Laboratório de Biologia Molecular - Rotinas Diagnósticas em Infecções Virais do Hemocentro - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP; Laboratório de Imunopatologia e Agentes Infecciosos - LIAI - UNIPEX - Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP; LDMVet - IBTEC - Botucatu - UNESP; FCFAR - Araraquara - UNESP; Laboratório de Estudos Genômicos, IBILCE - São José do Rio Preto - UNESP.
Grupo com foco em: Desenvolvimento de testes moleculares para diagnóstico do Covid-19.
O grupo de Pesquisa Virologia e Imunologia Molecular, coordenado pela professora Rejane Maria Tommasini Grotto, da Unesp/Botucatu, tem como objetivo produzir ciência e conhecimento para trazer rápida resposta laboratorial em situações emergenciais como a atual pandemia do COVID-19. O grupo tem atuado na área de virologia aplicada utilizando ferramentas biotecnológicas para propor métodos, aplicações e estratégias diagnósticas e prognósticas em infecções virais.
O grupo já detém experiência na atuação em outras emergências de saúde pública anteriores, como a problemática das Arboviroses, incluindo ZIKA vírus em 2015. A principal fonte de financiamento de pesquisas do grupo é a FAPESP e o Ministério da Saúde.
As atividades de pesquisa acontecem no complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, no qual está o Laboratório de Biologia Molecular do Hemocentro de Botucatu. Com discentes de graduação e pós-graduação vinculados à Faculdade de Medicina de Botucatu e à Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu, ambas unidades da UNESP.
Por ocasião da necessidade emergencial de implementação de um teste diagnóstico para o SARS-Cov-2, o Laboratório contava com toda a estrutura necessária tanto física quanto de recursos humanos capazes de operacionalizar esta demanda confluindo e otimizando os pilares pesquisa-ensino-extensão. “Neste momento, foi fundamental o apoio recebido da Faculdade de Medicina de Botucatu, de seus departamentos e, das demais unidades universitárias do campus de Botucatu, além do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu”, relata a pesquisadora.
Líderes: Rejane M. T. Grotto Lattes, Luciane Alarcão Dias-Melicio, João Pessoa Araújo Jr., Paulo Inácio da Costa e Paula Rahal
UNICAMP - Força-Tarefa COVID-19
Foi criada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) uma força-tarefa formada por um conjunto de docentes para abordar soluções relacionadas a diagnóstico, mecanismos relacionados a maior gravidade da doença, determinação de potenciais vias metabólicas para intervenção terapêutica, entre outras.
A iniciativa está organizada em várias frentes, são elas:
- Frente de Articulação - coordenador: Marcelo A. Mori;
- Frente de Diagnóstico - coordenadores: Alessandro Farias, José Luiz Proença Modena e Magnun Nueldo Nunes dos Santos;
- Frente de Pesquisa e Desenvolvimento - coordenador: Marcelo Mori;
- Frente de Pesquisa Básica - coordenadores: Pedro Moraes Vieira e Marco Vinolo;
- Frente de Ensaios Clínicos - coordenadores: Lício Velloso e Maria Luiza Moretti;
- Frente de Modelagem e Epidemiologia - coordenadores: Mathias Pires, Benilton de Sá Carvalho;
- Frente de Comunicação - coordenador: Henrique Marques de Souza
Essa força-tarefa da Unicamp pretende ter a capacidade de realizar inúmeros testes por hora, desenvolver pesquisa de ponta e ensaios clínicos e divulgar em tempo real informações seguras e embasadas cientificamente sobre a Covid-19 e suas consequências para a saúde humana e para a sociedade como um todo. A Unicamp, através da FAEPEX, lançou um edital de R$ 3 milhões alocado para projetos relacionados a Covid-19.
“Todas as frentes submeteram a FAPESP, estamos aguardando a aprovação, e recebemos uma doação de R$ 2,5 milhões do MPT. O FAEPEX/UNICAMP está em tramites finais de análise para aprovação das solicitações. Também precisamos de colaboração no que se refere ao desenvolvimento de EPIS”, comenta o coordenador da Frente de Pesquisa Básica, Pedro Moraes Vieira.
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Faculdade de Medicina
Grupo com foco em: “Avaliação sistêmica integrada da Covid-19 em Mato Grosso do Sul: aspectos moleculares, epidemiológicos, clínicos, imunológicos e de vigilância”
Liderado pelo pesquisador e professor da Faculdade de Medicina (FAMED) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), James Venturi, o foco da pesquisa deste grupo é a avaliação sistêmica integrada da covid-19 em Mato Grosso do Sul. Abrangendo os aspectos moleculares, epidemiológicos, clínicos, imunológicos e de vigilância. O grupo já conseguiu a validação do equipamento para diagnóstico.
“Algumas ações do Núcleo de Evidências estão adiantadas para produção de rapid reviews e já foram discutidas com as superintendências e equipes técnicas de dois hospitais públicos de Campo Grande/MS”, afirma Venturini. O pesquisador também conta que, atualmente, o projeto encontra-se em análise ética junto ao CONEP e o laboratório está passando por adaptações para a aumentar os aspectos de biossegurança.
A UFMS está recebendo um repasse de recursos do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul no valor de R$ 800 mil. Essa verba será destinada para auxiliar na fase inicial do projeto (diagnóstico e vigilância virológica de profissionais da saúde). “Até o momento estamos apenas com financiamento para os primeiros passos (coleta de amostras e diagnóstico molecular”, comenta o pesquisador.
Por ser uma proposta muito abrangente, a equipe do projeto é multidisciplinar, contando com mais de 50 colaboradores locais envolvidos. As instituições envolvidas são: Fiocruz Mato Grosso do Sul, Fiocruz Manguinhos, Embrapa Gado de Corte, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL/Bauru), Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN/MS) e Stanford University (EUA). O grupo já realizou a primeira síntese de evidência (rapid reviews) sobre a eficácia e segurança de métodos de descontaminação de máscaras de proteção respiratória modelo N95/PFF2 contra vírus respiratórios.
O grupo precisa de colaboração nas seguintes áreas: nos estudos de imunogenética (SNPs de mediadores inflamatórios) colaborações para aumentar casuística; orientações/treinamento para implantação de plataforma Luminex e alinhamento/padronização dos painéis para imunofenotipagem de células mononucleares possibilitando comparações e, assim, maior impacto nos resultados.
Outros grupos que também estão trabalhando em projetos de pesquisa contra a COVID-19:
Centro de Tecnologia de Vacinas da Fiocruz-Minas/UFMG (CT Vacinas)
- Grupo com foco em: Desenvolvimento de Teste Rápido Líder: Ana Paula Fernandes - Lattes
Centro de Pesquisas em Doenças Inflamatórias - CRID/Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (USP)
- Grupo com foco em: Avaliação do perfil celular e parâmetros inflamatórios em amostras clínicas de pacientes COVID-19 - Líder: Fernando de Queiroz Cunha - Lattes
Laboratório de Biologia de Sistemas da USP
Foco: (1) Análise por biologia de sistemas da fisiopatologia de doenças infecciosas e comorbidades; (2) Ferramenta computacional para modelos de transmissão; (3) ferramenta computacional para mapeamento dos casos. Líder: Helder Nakaya - Lattes
Grupo CNPq "Imunologia das infecções microbianas e vacinas / UFSC"/ Laboratório de Imunología Aplicada/ Universidade Federal de Santa Catarina
- Grupo com foco em: Vacinas, biotecnologia de vacinas, Engenharia genética de novas vacinas, Nanoparticuls, VLPs, proteínas recombinantes, e vírus recombinante como vacinas, protocolos de vacinação in vivo, testes em animais de vacinas, uso de ajudantes de vacinação, análise de respostas imunes adaptativas e memória imunológica. Líder: Oscar Bruna-Romero - Lattes
Universidade de Campinas / UNICAMP
- Grupo com foco em: Descoberta de novos compostos antivirais e imunopatogênese - Líder: Fabio Trindade Maranhão Costa - Lattes
Universidade de São Paulo - Faculdade de Medicina - LIM56
- Grupo com foco em: Avaliação da infecção de explantes de placentas humanas por COVID-19 - Líder: Maria Notomi Sato - Lattes
- Apaixonados por Imunologia
- Comunicado
- Conteúdo Publicitário
- Curso
- Dept. Imunologia Clínica
- Dia da Imunologia
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