Projeto brasileiro leva microscopia avançada a laboratórios de todo o país com estrutura já existente
10 de julho de 2025
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Iniciativa financiada pela Chan Zuckerberg Initiative capacitou pesquisadores de 17 cidades para aplicar a microscopia intravital com recursos próprios

Um projeto brasileiro está transformando a forma como grupos de pesquisa usam seus microscópios. Com foco na disseminação da microscopia intravital (MIV), técnica que permite observar processos celulares em tempo real em tecidos vivos, o Bioimaging Brasil capacitou mais de 140 pesquisadores em 16 estados, utilizando os próprios equipamentos disponíveis nos laboratórios atendidos.

A proposta é simples e poderosa: mostrar que, mesmo com recursos limitados, é possível alcançar resultados sofisticados com orientação técnica adequada. O projeto é liderado por Gustavo Menezes (UFMG) e Heitor A. Paula Neto (UFRJ), sendo financiado pela Chan Zuckerberg Initiative (CZI), que cobre integralmente os custos das visitas - o que significa que os grupos participantes não precisam arcar com nenhuma despesa para receber o treinamento.

A primeira fase da iniciativa foi conduzida pela Dra. Maísa Antunes (UFMG), coordenadora científica do projeto, que percorreu mais de 50 mil quilômetros levando conhecimento prático a instituições em diferentes regiões do Brasil. As visitas priorizaram grupos de pesquisa em áreas com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e lideranças pertencentes a minorias sociais.

Além da capacitação técnica, o projeto tem como meta fortalecer a autonomia dos laboratórios para incorporar a MIV como rotina de pesquisa. A técnica, ainda pouco difundida no país, tem grande potencial para diversas áreas biomédicas, como o estudo de fígado, rins e intestino.

O impacto do Bioimaging Brasil já começa a ser reconhecido internacionalmente. Um artigo sobre o projeto, com primeira autoria da Dra. Maísa Antunes, foi publicado na prestigiada revista Nature Methods. O texto apresenta a iniciativa como um modelo replicável de democratização tecnológica e promoção da equidade científica, com potencial para inspirar outras redes colaborativas no Brasil e no mundo. O artigo está disponível neste link: https://www.nature.com/articles/s41592-025-02686-3 

 

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