Estudo analisa perfil imunológico de pacientes com cardiomiopatia chagásica em comparação à idiopática
07 de março de 2022
COMPARTILHAR Facebook Twiter Google Plus

Cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e colaboradores realizaram um estudo do perfil imunológico de pacientes com cardiomiopatia crônica decorrente da doença de Chagas em comparação com pacientes com cardiomiopatia idiopática. 

A pesquisa, publicada na Frontiers in Cardiovascular Medicine, avaliou a expressão de citocinas sistêmicas, e de moléculas com potencial citotóxico e quimiotático em células T CD4+, CD8+, e CD4-CD8circulantes.  Além disso, por análise in silico, identificou-se a expressão de genes que codificam para moléculas relacionadas à função de células T no coração de pacientes dos diferentes grupos de estudo.

“Os resultados mostraram que existem diferenças marcantes na resposta imune dos pacientes com essas cardiopatias. Indivíduos com a cardiomiopatia chagásica apresentam uma produção sistêmica de citocinas inflamatórias mais robusta em comparação com a cardiomiopatia idiopática”, explica Walderez Dutra, coordenadora do estudo.

A análise da resposta de células T circulantes e a análise in sílico do tecido cardíaco, sugerem que células T CD8+ estão fortemente associadas com o comprometimento cardíaco em pacientes infectados pelo Trypanosoma cruzi, enquanto as células T CD4+ e CD4-CD8-gama/delta+ estão associadas com a cardiomiopatia idiopática.

A avaliação da expressão dos receptores de quimiocinas sugere mecanismos distintos de recrutamento celular para o coração nas cardiomiopatias avaliadas. De forma interessante, a expressão do receptor TNFR1 e seu ligante TNF parece estar associada à inflamação nas cardiomiopatias chagásica e idiopática, sugerindo alvos comuns para tratar ambas as doenças. “Os dados mostram moléculas potencialmente envolvidas na imunopatologia chagásica e idiopática, apontando para potenciais alvos de intervenção imunoterapêutica nestas doenças”, comenta a pesquisadora.

 

> O artigo está disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fcvm.2022.787423/full 

 

Autores:  Eula G. A. Neves, Carolina C. Koh, Thaiany G. Souza-Silva, Lívia Silva Araújo Passos, Ana Carolina C. Silva, Teresiama Velikkakam, Fernanda Villani, Janete Soares Coelho, Claudia Ida Brodskyn, Andrea Teixeira, Kenneth J. Gollob, Maria do Carmo P. Nunes, Walderez O. Dutra.

Usuário
PUBLICADO POR
SBI Comunicação
CATEGORIA DO COLABORADOR
ver todos os artigos desse colunista >
OUTRAS NOTÍCIAS
Linfócitos T CD4+: até que ponto eles nos auxiliam a controlar a doença de Chagas?
SBI Comunicação
17 de abril de 2024
Aspectos recentes da Doença de Chagas e da patogenia e alvos terapêuticos da cardiopatia chagásica crônica
SBI Comunicação
15 de abril de 2024
Como o estresse pode desregular os neutrófilos e agravar o câncer?
SBI Comunicação
25 de março de 2024