Você sabia que a malária causada pelo Plasmodium vivax é a forma mais comum da doença fora da África? Apesar disso, as respostas do sistema imunológico a essa infecção ainda são pouco compreendidas.
Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e colaboradores, explorou as reações das células reguladoras e efetoras em adultos da Amazônia que estão continuamente expostos ao parasita.
A pesquisa, publicada no European Journal of Immunology, baseou-se em amostras coletadas de pacientes infectados com Plasmodium vivax após o diagnóstico e 28 dias depois do início do tratamento.
O estudo analisou o comportamento dos linfócitos e identificou diferenças importantes nos mecanismos de imunidade entre as duas espécies. Dados prévios da literatura indicam que, além de induzir a um quadro de malária mais grave, a resposta imune ao Plasmodium falciparum parece não ser muito bem regulada. Por outro lado, o estudo mostrou que o Plasmodium vivax pode induzir a uma resposta melhor regulada durante a fase aguda da doença.
“No caso do Plasmodium falciparum, a literatura identificou linfócitos T auxiliares foliculares (Tfh) do tipo Th1, que são pouco eficientes em induzir linfócitos B a produzir anticorpos protetores. Já no nosso estudo com o Plasmodium vivax, detectamos, além dos linfócitos Tfh do tipo Th1, linfócitos Tfh do tipo Th2, que atuam melhor nessa tarefa”, explica a pesquisadora Silvia Beatriz Boscardin, coordenadora do estudo, em entrevista para o Ciência USP.
Os pesquisadores observaram isso ao analisar sistematicamente diferentes populações de linfócitos T e B no sangue de pacientes durante a fase aguda da doença ou após a resolução do tratamento. “Após o tratamento dos pacientes, foi possível observar quando houve alterações nas populações de linfócitos e estudar como esse comportamento se difere do que já foi publicado para o Plasmodium falciparum”, comenta Silvia.
> Saiba mais sobre o estudo na matéria publicada pela Ciência USP: clique aqui
- Para ler o artigo acesse este link.
Autores: Natália S. Ferreira, Nathália F. Lima, Fernando B. Sulczewski, Irene S. Soares, Marcelo U. Ferreira and Silvia B. Boscardin.
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