Pesquisa identifica ação das células imunes da meninge no desenvolvimento da dor neuropática
25 de novembro de 2022
COMPARTILHAR Facebook Twiter Google Plus

Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) identificam ação das células imunes da meninge no desenvolvimento da dor neuropática por meio da elevação da via metabólica da quinurenina.

De acordo com o estudo, publicado na revista The Journal of Clinical Investigation, a dor neuropática é uma das consequências clínicas mais importantes da lesão do sistema somatossensorial, contudo seu tratamento se torna um desafio já que os mecanismos fisiopatológicos envolvidos no desenvolvimento da dor neuropática são pouco compreendidos. Os pesquisadores identificaram que não ocorre o desenvolvimento da dor neuropática quando a via metabólica da quinurenina é bloqueada farmacologicamente.

A pesquisa demonstrou que células do sistema imune, as células dendríticas, expressam a enzima inicial da via metabólica da quinurenina, chamada indoleamina 2,3-dioxigenase  (IDO1). E que após a lesão no nervo ciático, essas células se acumulam na região da leptomeninge (região das meninges) e levam ao aumento da quinurenina na medula espinhal. Na medula espinhal, a quinurenina é metabolizada pelos astrócitos que expressam a quinurenina-3-monooxigenase em um metabólito pronociceptivo, a 3-hidroxiquinurenina, levando assim ao desenvolvimento e manutenção da dor neuropática. 

Esses resultados apontam um novo papel das células dendríticas na condução do desenvolvimento da dor neuropática através da elevação da via metabólica da quinurenina. Este novo paradigma oferece novos alvos potenciais para o desenvolvimento de medicamentos contra esse tipo de dor crônica.

Saiba mais na matéria publicada pelo CRID: https://crid.fmrp.usp.br/noticias/pesquisadores-do-crid-identificam-acao-das-celulas-imunes-da-meninge-no-desenvolvimento-da-dor-neuropatica/

 

 O artigo está disponível em https://www.jci.org/articles/view/153805 

 

Autores: Alexandre GM Maganin, Guilherme R. Souza, Miriam D. Fonseca, Alexandre H. Lopes, Rafaela M. Mano Guimarães, André Dagostin, Nerry T. Cecilio, Atlante S. Mendes, William A. Gonçalves, Conceição EA Silva, Francisco I. Fernandes Gomes, Lucas M. Mauriz Marques, Rangel L. Silva, Letícia M. Arruda, Denis A. Santana, Henrique Lemos, Lei Huang, Marcela Davoli-Ferreira, Danielle S. Santana-Coelho, Morena B. Sant'Anna, Ricardo Kusuda, Jhimmy Talbot, Gabriela Pacholczyk, Gabriela A. Buqui, Norberto Lopes, Jose C. Alves-Filho, Ricardo M. Leão, Jason C. O'Connor, Fernando Q. Cunha, Andrew Mellor e Thiago Cunha.

Usuário
PUBLICADO POR
SBI Comunicação
CATEGORIA DO COLABORADOR
ver todos os artigos desse colunista >
OUTRAS NOTÍCIAS
Imunidade antitumoral pode ser potencializada por células dendríticas clássicas do tipo I via STING
SBI Comunicação
24 de abril de 2024
Linfócitos T CD4+: até que ponto eles nos auxiliam a controlar a doença de Chagas?
SBI Comunicação
17 de abril de 2024
Aspectos recentes da Doença de Chagas e da patogenia e alvos terapêuticos da cardiopatia chagásica crônica
SBI Comunicação
15 de abril de 2024