Em 1907, o pesquisador brasileiro, Carlos Chagas, motivado pelo seu interesse por protozoologia e pela entomologia, foi designado por Oswaldo Cruz, diretor da saúde pública federal, para combater uma epidemia de malária que paralisava as obras de prolongamento da Estrada de Ferro Central do Brasil em Minas Gerais. Com um pequeno laboratório instalado em um vagão, Chagas passou a coletar espécimes da fauna brasileira a fim de realizar novas descobertas para medicina experimental.
Dentre as análises e pesquisas de campo, Chagas identificou ao examinar o sangue de um sagui, a presença de um protozoário do gênero Trypanosoma, batizado por ele de Trypanosoma minasense, sendo um parasita habitual do macaco. Por se tratar de um assunto e estudo que atraía o interesse dos pesquisadores do campo da medicina tropical, Chagas passou a buscar por novos parasitas e artrópodes que pudessem servir de vetores.
A descoberta do Trypanosoma cruzi, o barbeiro
Em meio às pesquisas, o chefe da Comissão de Engenheiros, Cornélio Homem Cantarino Mota, apresentou a ele um percevejo hematofago comum na região, e conhecido popularmente como “barbeiro”, pelo hábito de picar o rosto das pessoas enquanto dormiam. O barbeiro era abundante nas casas de pau-a-pique da região, escondendo-se nas frestas e buracos das paredes de barro durante o dia e atacando seus moradores à noite.
Com essa descoberta, e por entender a relevância dos insetos sugadores de sangue como um transmissor de doenças parasitárias, Chagas examinou alguns barbeiros e foi quando identificou no intestino do inseto formas flageladas de um protozoário. A partir disso, no Instituto de pesquisa, Oswaldo Cruz auxiliou Chagas na descoberta de que tratava-se de uma nova espécie batizada de Trypanosoma cruzi, e assim, em 1908 foi publicada na revista do Instituto de Doenças Tropicais de Hamburgo.
A partir desta descoberta, o pesquisador brasileiro, passou a estudar minuciosamente o caso identificando que, possivelmente, o próprio homem ou animal doméstico pudessem ser hospedeiro do parasita e essa hipótese foi relacionada com certos fenômenos desconhecidos que ocorriam na região de Lassance, no norte de Minas Gerais, fazendo com que ele realizasse exames de sangue em moradores e animais.
Com os resultados obtidos pelos exames, foi identificado a presença do Trypanosoma cruzi no sangue de um gato e em 14 de abril de 1909, também foi localizado no sangue de uma criança febril de apenas dois anos, chamada Berenice Soares de Moura. Com essa descoberta, passou a ser considerada uma nova doença humana, conhecida atualmente como Doença de Chagas.
> Acesse o Portal da Doença de Chagas e saiba mais: https://chagas.fiocruz.br/
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