Nota de falecimento - A SBI lamenta o falecimento da pesquisadora Juliana de Meis
16 de julho de 2021
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A Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) lamenta o falecimento da imunologista Juliana de Meis, pesquisadora do Laboratório de Pesquisas sobre o Timo (FIOCRUZ), que ocorreu na madrugada desta sexta-feira (16), vítima da Covid-19. A SBI presta suas condolências à família e amigos.

Bióloga formada pela Universidade Santa Úrsula (USU), Juliana obteve os títulos de mestrado e doutorado pelos Programas de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular e em Biologia Parasitária (Instituto Oswaldo Cruz - IOC), respectivamente, entre os anos de 1996 e 2003.

Docente dos Programas de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular e Lato sensu em Ensino em Biociências e Saúde do IOC, Juliana ajudou a formar mais de uma dezena de mestres e doutores, além de acompanhar estudantes de iniciação científica. A pesquisadora é autora em mais de 30 artigos publicados, entre periódicos nacionais e internacionais, com sua grande maioria dedicada ao entendimento das dinâmicas da doença de Chagas.

*Fonte das informações: Comunicação/Instituto Oswaldo Cruz

 

Leia os textos de homenagens escritos pelos pesquisadores do IOC/Fiocruz Joseli Lannes e Wilson Savino:

> Por Joseli Lannes, IOC/Fiocruz - 16/07/2021

Há pouco mais de uma semana nosso grupo “As meninas” amanheceu com a notícia do agravamento do quadro clínico de nossa colega pesquisadora e amiga Juliana de Meis. Foram dias de luta, que esta madrugada se tornou luto e tristeza. Lá se foi a “Juju”, se juntar às mais de 539 mil vidas perdidas para a Covid-19.

Conheci a Juliana em 1994 no Laboratório de Pesquisas sobre o Timo, coordenado pelo Dr Wilson Savino, seu orientador de Iniciação Científica e depois de Mestrado e Doutorado. Juju, era uma jovem estudante de Ciências Biológicas e uma mente questionadora, estimulada desde muito jovem. Sua criatividade e visão crítica veio de família, filha de nosso já saudoso professor Leopoldo De Meis, e desenvolvidas em anos de dedicação. Por vezes, discutimos ciência e avançamos em respeito. Juliana reviu a mais recente tese que orientei, defendida há duas semanas, enriquecida por suas críticas e sugestões.

A Juju deu excelentes contribuições à pesquisa, particularmente em doença de Chagas, do campo, onde participou de estudos com o Dr Coura e equipe no Pará, incluindo atividades de treinamento de profissionais de saúde e do Lacen, ao laboratório com seus trabalhos inéditos e de alta qualidade em infecção oral pelo Trypanosoma cruzi e imunidade de mucosa, como seu grupo de jovens estudantes.

Mais recentemente, Juliana se dedicou a estudos que buscam avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 em pacientes com cardiopatia chagásica. Juliana foi membro ativo das pós-graduações do IOC e coordenou o Programa Translacional de doença de Chagas da Fiocruz (Fio-Chagas). Sua biografia e nossa nota de despedida estão no site do IOC (neste link).

Nossa lembrança será sempre da menina risonha e questionadora, que se dedicou à pesquisa, à sua família e que marcou seus amigos ao ser diferenciada em humanidade, como nos disse a jovem imunologista e amiga Roberta Olmo.

 

> Por Wilson Savino, IOC/Fiocruz - 16/07/2021

"Menina-anjo"

Naquele ano de Mil Novecentos e Noventa e Três
Um anjo (que de fato era uma anja),
Surgia em nosso Lab,
Com sorriso e timidez
A menina Juliana,
De sobrenome De Meis.

Chegou como quem não quer nada
Para iniciar um estágio,
Conversou aqui e ali,
Ali mesmo se instalou;
Fincou pés, ali ficou.

Nossa Juju foi crescendo
Nas asas de todos nós
Sempre nos embalando
Com seu sorriso de luz
Aquela menina-anjo
Até hoje nos conduz.

Da menina Juliana
Décadas de convivência
Imensurável influência
Em cada um e todos nós
Ora com seus padrinhos,
Ora com seus pintinhos
Sempre com suave doçura
Lindo semblante de paz.

O anjo-quase menina
Transmutou-se;
Eternizou-se,
Virou estrela,
Estrela-quase menina
Brilhando no firmamento
Em cada um e todos nós.

 

 

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