Cura de ebola em cobaias aumenta a esperança de tratamento em humanos
08 de abril de 2019
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Revista Galileu - O surto do vírus ebola, que aconteceu em 2014 no oeste africano, causou a morte de mais de 11 mil pessoas. Enquanto o surto acontecia, cientistas começaram a desenvolver diversas vacinas experimentais e tratamentos, mas nenhum deles ainda foi licenciado para uso em humanos.
Anticorpos, que são proteínas de defesa especiais produzidas por nosso corpo, são uma das formas de tratamento que foram investigadas. Uma vez que os melhores anticorpos para lutar contra uma doença são identificados, eles podem ser produzidos em massa e usados em um tratamento.
A nossa última pesquisa, publicada no Cell Reports, mostra que anticorpos isolados de voluntários que receberam uma vacina experimental para o Ebola foram eficientes na defesa do vírus em seis porquinhos-da-índia.
Cada animal recebeu 82 anticorpos das células sanguíneas de onze pessoas que tomaram a vacina. Eles foram combinados em três grupos, com cada grupo contendo três ou quatro anticorpos com diferentes propriedades. Uma combinação de anticorpos teve sucesso em curar seis animais infectados pelo Ebola quando tal fórmula foi administrada três dias depois da infecção.
Vacinas possuem efeitos colaterais , então para pessoas com desordens no sistema imunológico, pessoas mais velhas ou mulheres grávidas, anticorpos são uma forma mais segura de tratamento.
Anticorpos podem ser isolados do sangue humano ao serem selecionadas células B individuais - células imunes que secretam anticorpos. O código genético para se fabricar um anticorpo fica dentro da células B e é extraído usando técnicas moleculares avançadas. Uma vez que o código é conhecido, enormes quantidades do anticorpo podem ser feitas em laboratório.
Anticorpos se acoplam em vírus e previnem que eles entrem nas células. Os anticorpos isolados neste estudo proveniente de voluntários vacinados tiveram as mesmas características dos anticorpos isolados de animais imunizados e pessoas que sobreviveram ao Ebola. Os anticorpos para o Ebola estão já bem estudados e estão disponíveis para testes clínicos em humanos.
Há uma vantagem para o desenvolvimento de tratamento de anticorpos vindos de pessoas saudáveis que foram vacinadas - isso resolve a difícil questão de manipular amostras de sangue não rastreadas de sobreviventes humanos em locais remotos, onde doadores podem potencialmente ter Ebola ou outros vírus como hepatite B ou HIV.
A mistura de anticorpos proposta por este estudo está também sendo estudada para estimular a proteção contra duas outras espécies de vírus Ebola - Sudan e Bundibugyo. Elas já causaram surtos significativos no passado.
Mesmo se a particular combinação de anticorpos falhar no tratamento desses vírus, nem tudo está perdido. Os anticorpos deste estudo combinados com anticorpos de outros grupos de pesquisa que reagem a todas as espécies podem prover um tratamento melhor. Ao rastrear como os anticorpos atacam as células, é possível identificar as partes vulneráveis do Ebola.
Este estudo mostra que um teste de vacinação humana é uma oportunidade de ouro para isolar anticorpos que podem ser eficientemente usados como tratamento. Isso pode ser importante para o rastreio de infecções como a da Gripe Aviária, Síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS), Síndrome respiratória aguda grave (SARS) e Chikungunya, para as quais nós não temos drogas ou formas terapeuticas de anticorpos.

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