Mais um passo a caminho de uma imunoterapia eficiente
15 de agosto de 2016
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Pesquisa publicada na Nature analisa linfócito CD8 após bloqueio do receptor PD-1

A imunoterapia tem sido usada como uma alternativa para a luta contra o câncer. A estratégia busca induzir o próprio sistema imunológico do paciente a reagir contra as células tumorais e, para isto, uma das técnicas é utilizar drogas para bloquear a ação do receptor PD-1, este receptor é um dos responsáveis pela inatividade das células T.
 

A direita o professor Helder Nakaya e a esquerda, o aluno de mestrado Matheus Burger

Durante o estudo, foram utilizados camundongos infectados com coriomeningite linfocítica. Este modelo de infecção crônica simula o que acontece com o câncer, onde células T CD8 se tornam exaustas e passam a expressar o receptor PD-1. O que eles notaram é que o bloqueio de PD-1 induz o aparecimento de dois grupos de células CD8: uma que permanece “exausta” e sem atividade e outra que se prolifera e volta a atacar a infecção.Em agosto Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP), e seu aluno de mestrado, Matheus Burger, publicaram um artigo na revista Nature que analisa o linfócito T CD8 após o bloqueio do PD-1. O trabalho foi realizado em colaboração com cientistas estadunidenses, sendo liderado por Rafi Ahmed, da Emory University em Atlanta.
“O nosso papel foi mostrar que as assinaturas gênicas desses linfócitos T CD8 que proliferam após o bloqueio de PD-1 são similares às de linfócitos T CD4 helper foliculares, células tronco hematopoiéticas e células precursoras de T CD8 de memória. Ou seja, nós comparamos o perfil genético dessas células para tentar entender o que ocorre durante o bloqueio de PD-1” conta Nakaya.

O trabalho coloca mais uma peça no quebra-cabeça para o entendimento do inibidor PD-1. Apesar da imunoterapia se mostrar uma alternativa eficiente, não são todos os pacientes que respondem ao tratamento. Ainda são necessários mais estudos sobre o que ocorre na célula após o bloqueio de PD-1. “Compreendendo melhor como funciona a imunoterapia, especialmente o papel do receptor PD-1 na exaustão de células T, um leque de opções se abre para desenvolver novas estratégias que potencializem a ação destes bloqueadores”, finaliza o professor.

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