Prêmio apoia o desenvolvimento da carreira de cientistas com bolsas de estudos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que atualmente existam entre 6 e 8 milhões de pessoas no mundo infectadas com a Doença de Chagas. Esta enfermidade é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, sendo um grande problema de saúde pública com alguns casos até mesmo em países desenvolvidos.
Sob este panorama da importância de se estudar essa doença, a pós-doutoranda Natália Vellozo, sob a chefia da pesquisadora Marcela Lopes, ambas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), submeteu um projeto para o prêmio AAI Careers in Immunology Fellowship sobre a resposta imune (inata e adaptativa) envolvida durante a infecção pelo protozoário Trypanosoma cruzi (T. cruzi). O projeto foi aprovado com uma bolsa para o desenvolvimento da pesquisa.
Além das cientistas Natália Vellozo e Marcela Lopes, o projeto também conta com a doutoranda Thaís Rigoni e outros colaboradores.
Durante a infecção pelo protozoário Trypanosoma cruzi, a resposta imune controla a parasitemia, mas os parasitas permanecem nos tecidos e causam a Doença de Chagas crônica. As células T CD8 matam as células infectadas e ativam os macrófagos para restringir a infecção. “No entanto, como visto em trabalhos anteriores do nosso grupo, os linfócitos sofrem morte celular por apoptose (via FasL e Fas) durante a infecção por T. cruzi, afetando negativamente a expansão de células T, promovendo a liberação de parasitas por macrófagos e diminuindo a imunidade mediada por células T CD8. Observamos também que que injeções de anti-FasL em camundongos infectados inibem a apoptose de células T CD8 e auxiliam no controle da parasitemia”, explica a pesquisadora Natália Vellozo.
O grupo irá investigar se o bloqueio da apoptose promove funções efetoras distintas/múltiplas de células T CD8 específicas para o Ag, com a hipótese de que abordagens terapêuticas capazes de prevenir a apoptose de células T e reduzir a fagocitose de células apoptóticas eferocitose durante a infecção por T. cruzi poderiam melhorar a remoção do parasita e prevenir doenças crônicas. “Com isso, nós iremos testar a importância de alguns receptores de eferocitose, durante a infecção por T. Cruzie esperamos gerar novas oportunidades de imunoterapia na Doença de Chagas”, afirma Vellozo.
Natália Vellozo juntamente com a sua orientadora, Marcela Lopes.
O prêmio AAI Careers in Immunology Fellowship
A Associação Americana de Imunologistas (AAI) é uma instituição de ciência dedicada ao avanço do conhecimento da imunologia, promovendo o intercâmbio de informações entre os pesquisadores associados. Atualmente, a AAI tem quase 8 mil membros em 71 países, sendo proprietária do The Journal of Immunology, bem como o ImmunoHorizons. Um dos benefícios para os membros é o apoio ao desenvolvimento da carreira de imunologistas, através de prêmios, subsídios e bolsas de estudos.
Entre os prêmios está o AAI Careers in Immunology Fellowship, conquistado pela Natália Vellozo juntamente com a sua orientadora, Marcela Lopes. Lançado em 2014, este é o maior programa de bolsa de incentivos da AAI, apoiando o desenvolvimento de carreira de jovens pesquisadores e fornecendo a cientistas bolsas de estudos de um ano com salário para um estudante, seja de pré-doutorado ou pós-doutorado, em seus laboratórios para o desenvolvimento do projeto.
Para participar tanto os pesquisadores principais quantos os seus trainees devem ser membros da AAI em situação regular. A avaliação do prêmio é baseada no mérito do projeto proposto do pesquisador principal, no potencial do aluno (trainee), na qualidade do ambiente de treinamento e na necessidade financeira.
A pesquisadora Natália Vellozo ressalta que mais do que o reconhecimento na comunidade científica que um apoio estrangeiro concede a um cientista brasileiro, o prêmio é um importante apoio financeiro que tem sido difícil encontrar no Brasil. “Passamos por um período de cortes brutais nos fundos para apoiar a ciência, o que gera a diminuição da produção científica, a exportação de pesquisadores recém-formados para outros países e a interrupção de projetos em andamento. A ciência no país persiste graças à experiência e persistência de pesquisadores e também de jovens idealistas que querem contribuir para o avanço da ciência, apesar da desvalorização e condições financeiras desfavoráveis. Esse prêmio concedido pela AAI pode ser de interesse da comunidade de imunologia e por este motivo gostaríamos de alertar e divulgar não apenas o prêmio em si, mas sim que é possível concorrer a financiamentos do exterior para projetos desenvolvidos no Brasil”, ressalta.
Para saber mais sobre a AAI e os prêmios oferecidos clique aqui.
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Apoptotic CD8 T-lymphocytes disable macrophage-mediated immunity to Trypanosoma cruzi infection.
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