Imunologista Cristina Bonorino explica os resultados da vacina em teste da Pfizer
12 de novembro de 2020
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A Pfizer anunciou que os resultados de uma análise interina do estudo clínico de fase III da sua vacina de mRNA, desenvolvida com a BioNTech, indicam que a vacina teve mais de 90% de eficácia. Você sabe o que isso quer dizer? 

A imunologista Cristina Bonorino, professora titular da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e membro do Comitê Científico da Sociedade Brasileira de Imunologia, explica estes resultados:

“Neste ensaio já foram vacinados mais de 38 mil voluntários com duas doses do imunizante. Metade destas pessoas recebeu o placebo e a outra metade a vacina. Até agora, 94 casos de COVID-19 foram registrados entre os voluntários. A incidência da doença no grupo que foi imunizado com a vacina foi 90% menor do que no grupo que recebeu o placebo. Ou seja, a grande maioria dos casos está no grupo que recebeu o placebo.

Estes resultados são excelentes, principalmente para uma vacina de mRNA, que é uma tecnologia nova para vacinas. A Food and Drug Administration (FDA) já havia sinalizado que seria aceitável 50% de eficácia e a maioria dos pesquisadores da área acreditava que 70% de eficácia seria um bom número.

A empresa vai continuar o estudo, que deve ter nova análise quando o número de casos chegar a 164, de acordo com o desenho do estudo. Portanto, os números ainda podem sofrer alteração. 

Se a tendência for mantida, a Pfizer planeja solicitar uma autorização de uso emergencial (Emergency Use Authorization – EUA) junto à FDA. Caso seja aprovada, o número de doses disponíveis, segundo a Pfizer, ainda é pequeno – cerca de 50 milhões de doses, estimando que até 2021 já entrem na casa dos bilhões de doses – o que sem dúvida será um desafio para a distribuição”.

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