Evolução da resposta imune em um modelo de infecção pelo vírus da dengue 1 em humanos
10 de julho de 2023
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Autores: Joseana de Oliveira e Osvaldo Campos

Editora: Profa Daniela Carlos Sartori

Seminário apresentado junto ao Curso de Pós-Graduação em Imunologia Básica e Aplicada USP/RP

 

 

A dengue é causada pela infecção por quatro sorotipos do vírus da dengue, conhecido como DENV1-4. O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypt que se alimenta do sangue humano, que por sua vez inocula as partículas virais no hospedeiro suscetível. Apesar de alguns alvos terapêuticos e vacinais estarem sendo desenvolvidos para a prevenção e controle da doença, poucos estudos têm buscado avaliar a resposta imune durante a progressão da infecção devido à falta de acesso as amostras de pacientes contaminados em áreas endêmicas.

Logo, o trabalho tem como proposta avaliar os parâmetros virais e imunológicos associados à infecção experimental em humanos pelo sorotipo DENV-1 em indivíduos negativos para qualquer sorotipo de flavivírus. Ao realizar a inoculação via subcutânea da cepa DENV-1 45AZ5 com uma dose de 6,5×104 unidades formadoras de placa (PFU)/ml, foi possível detectar as partículas depois de 5 dias de infecção, juntamente com a detecção da proteína viral NS1 solúvel no soro. Nos dias 14 a 16, os níveis de anticorpos foram detectáveis para as partículas virais e proteína NS1, sendo que os anticorpos do tipo IgM e IgA possuem níveis elevados, porém diminuem após 90 dias de infecção, o que não foi observado para IgG. Após realizar a estimulação das PBMCs desses indivíduos coletados nos dias 28 e 90 após infecção com o pool de peptídeos para DENV-1, foi possível detectar altos níveis de IFN-γ por ELISpot no sobrenadante dessas células.

Em paralelo, foi realizado um sequenciamento das PBMCs dos indivíduos, o qual observou-se que no dia 10 após a infecção, houve a regulação positiva de muitos produtos de genes canônicos estimulados por IFN e antivirais como: MX1, IFIT1, PARP9 e IFI44. Adicionalmente no dia 14 teve a expressão aumentada de genes associados à proliferação de linfócitos e produção e função de anticorpos (MKI67, TYMS, JCHAIN ​​e C1QC).

Desta forma, foi possível correlacionar os parâmetros virais e imunológicos iniciais que são observados dentro de uma janela de 4 a 5 dias na fase aguda, enquanto na fase tardia está entre 14 e 30 dias após a infecção por DENV-1. Neste contexto, o aparecimento tardio do antígeno NS1 em relação ao RNA viral do DENV é correlacionado com um atraso no aparecimento de anticorpos específicos de NS1.

No entanto, uma progressão de soroconversão de IgM, IgA e IgG é observada para anticorpos direcionados a ambos os antígenos virais. Esses achados fornecem dados imunológicos detalhados durante a infecção inicial por DENV em humanos que poderão contribuir para o desenvolvimento de novos alvos terapêuticos e vacinais.

 

 

Fig. Correlação da inflamação e imunidade induzida pela infecção do DENV 1. Resumo agregado do tempo de proliferação de DENV e resposta imune. Correlação de Pearson de todos os parâmetros virológicos e imunológicos quantificados no estudo do início até a resolução da doença.

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SBI Comunicação
Colunista Colaborador
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